Conduzir comboios, é um trabalho que exige concentração, dedicação, profissionalismo. Este tenta ser um espaço de prolongamento lúdico das salas de convívio dos maquinistas, com as brincadeiras, as lutas e os problemas dessa classe "elitista", de grevistas (reformados), e que não tem direito a "pontes", nem férias no Verão. Nada do que aqui se passa existe, de facto, embora muitas vezes seja demasiado próximo da realidade.

domingo, fevereiro 28, 2010

A NOVA CP

A nova CP

Por Henrique Custódio, jornalista

O Ferroviário, boletim do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF), consultou as fontes da própria CP (designadas «Balanços Sociais da CP, REFER e EMEF») e apresentou resultados comparados entre 1992 (último ano da existência da CP como empresa pública) e 2008 (onde a CP está desmembrada e semi-privatizada em três empresas, CP+REFER+EMEF).

As comparações são chocantes.

Em termos de efectivos globais, desde 1992 até 2008 o número de trabalhadores diminuiu 10.218 em todas as áreas, à excepção do núcleo dirigente, onde houve um aumento de 11 gestores e 502 quadros superiores.

Daqui resultou que a relação trabalhador/quadro superior, que em 1992 era de 35 para 1, passou em 2008 a ser de 9 para 1...

O SNTSF não hesita em assinalar que, na actual CP semi-privatizada e desmembrada, «reduz-se na área da produção para dar lugar, em muitos casos, aos "boys" dos diversos governos».

Quanto às despesas com pessoal, as assimetrias tornaram-se também abissais: entre 1992 e 2008 os custos com gestores cresceram 110%, enquanto com os restantes trabalhadores (onde se incluem os quadros superiores) cresceram apenas 23%.

«Por isso as assimetrias se acentuam e os trabalhadores vêem as injustiças a crescer», frisa o Sindicato.

Mas o pior de tudo é que, ao contrário do que prometeram, os resultados não melhoraram, antes pelo contrário:

Hoje, as empresas divididas custam muito mais ao erário público do que em 1992, quando a CP era única no sector.

Os números não enganam e são arrasadores:

Em 1992, a CP tinha um défice acumulado de 178.048.602,87 euros (cerca de 178 milhões de euros); em 2008, o conjunto das três empresas (CP+REFER+EMEF) atingiram o défice acumulado de 433.202.416,46 euros (cerca de 433 milhões de euros), ou seja, entre 1992 e 2008 a CP aumentou quase duas vezes e meia o seu défice acumulado.

Todos nos lembramos da argumentação expendida pelos governantes da altura (como sempre, do PS ou do PSD/CDS), para justificar o desmembramento da CP em três empresas e decorrente entrega aos privados dos segmentos lucrativos: era imprescindível reduzir o défice da CP, a par de rentabilizar e agilizar o transporte ferroviário em Portugal.

O resultado está à vista:

O défice da CP passou, em 15 anos, para quase o triplo, o transporte ferroviário degradou-se, «encurtando» com a supressão regular de linhas e ramais, deixou de servir populações inteiras e vastas regiões porque a sua componente «privada» passou a privilegiar as linhas imediatamente rentáveis e a subalternizar ou a abandonar o que fosse «apenas» estratégico e de interesse público, tanto para as pessoas como para a economia e o desenvolvimento nacional - enfim, o transporte ferroviário, por definição mais económico, sustentado e ecológico foi sendo paulatinamente substituído pelo transporte rodoviário, muito mais caro e poluente.

A componente pública que se manteve na «nova CP» - fragmentada e semi-privatizada - tem servido para três coisas:

Para canalizar os dinheiros públicos, que por sua vez irão cobrir todos os défices, desmandos e investimentos necessários às explorações rentáveis e entregues de mão beijada aos privados e, finalmente, para alimentar a multidão de «amigos» dos sucessivos governos e governantes, por ali acomodados entre uma tão crescente legião de «gestores e quadros superiores» que, actualmente, o rácio já é de um desses quadros por nove trabalhadores... »

Etiquetas:

18 Comments:

Anonymous O das Caldas said...

É um assunto já velho e cheio de cabelos brancos. Poderia-se não saber é de tantos promenores.
O desmembramento foi obra do Cravinho & Companhia para precisamente criar mais uns (muitos) bons tachos.
Conclusão: Até agora é tudo mais que sabido.
Políticos? Chulos! Dah!

28/2/10 18:08

 
Anonymous Anónimo said...

Com esta relação de 9 para um, está demonstrado que muitas escolhas politicas para determinados lugares são de refugo, encaixando a escolha no esclarecimento necessário, porque é que é fraca a qualidade de alguns canudos em determinados lugares, nomeadamente de quem nos coordena.

28/2/10 19:17

 
Anonymous lagarto said...

Carregaaaaaaaaaaaa PS...
Cambada da chulos ,podridão do caneco.
Qualquer dia passo-me da marmita desço o tunel a 120,chegando ao 41 ,bebo um copo prá viagem,viro á direita digo olá e encomendo lombinhos grelhados á D. Laurinda,e estaciono as motoras na calçada do duque number 20 ao pé das bombas dos senhores engenheiros/doutores/arquitectos ,percorro aquelas catacumbas cheias de parasitazem dou uns carolos nos que me apareçerem á frentex,e vou mijar á porta do sr. presidente do concelho,que é para ele saber que com os trabalhadores não se brinca.disse.

1/3/10 09:52

 
Anonymous lagarto said...

carregaaaaaaaaaaaaaaa PS.

ó pá esqueci-me de dizer que á passagem pelo 41,meto um pouco de frenagem levo a Neide ao sex-shop,compro-lhe uns bilros modernaços dou-lhe umas palmadas no rabo,apanho as motoras em andamento nas escadarias e vou lá fazer o serviço ao number 20.
com os trabalhadores não se brinca.disse.

1/3/10 10:19

 
Anonymous alibába said...

" O retrato de Sócrates que é assim é traçado é o de um homem desavindo e vingativo, que desencadeia processos ilegítimos para obter fins inconfessáveis. É a de um homem sem escrúpulo nem remorso. É a de um homem perigoso rodeado de servos medíocres."

" A queda de Sócrates(...)será a queda de um homem que não se esqueceu de nada e fez da missão da sua vida vingar-se dos seus pequeníssimos inimigos"

(Clara Ferreira Alves, Revista Única, 13.02.10)

1/3/10 10:32

 
Anonymous alibába said...

" A nossa democracia está perigosamente doente e cada vez menos cidadãos acreditam na palavra de quem tutela as instituições ou de quem os informa."

(Vicente Jorge Silva, Sol, 12.02.10)

1/3/10 10:39

 
Anonymous alibába said...

" Se o governo não governa nem mostra que governa, está a dizer que deixou de ter condições para governar. "

(Editorial, Público, 15.02.10)

1/3/10 10:42

 
Anonymous o curioso said...

não vamos fazer nada? naõ vamos lutar pelos aumentos que temos direito ou vamos esperar impávidos e serenamente que outros o façam por nós?

1/3/10 21:27

 
Anonymous Anónimo said...

Os maquinistas são uns priviligiados da sociedade. Sempre o foram, agora percebo porque nunca se junta as restantes trabalhadores nacionais na reinvidicação de salários, condições sociais, respeito. Os maquinistas não necessitam de exigir, tem tudo, são das classe mais priviligiadas. mas no entanto tem um problema esquecem que também tem familia, mulher, filhos, pais, etc...Quando os maquinista vaõ deixar de olhar para o seu úmbigo e lutam pelo futuro dos seus filhos, por melhores condições para os seus pais, esposas/maridos? Quando é que os maquinistas se incluem na sociedade cívil... Maquinistas elitistas, ricos, detentores de privilégios mas que vivem sozinhos. Talvez cobardes, ou simplesmente uma cambada de maricas escondidos num sindicato com sede no largo do rato.

1/3/10 22:07

 
Anonymous pápa anónimos das 22h07 said...

Abra sua mente
Gay também gente
baiano fala oxente
e come vatap

Você pode ser gótico
ser punk ou skinhead
tem gay que Muhamed
tentando camuflar
(Allah meu bom Allah)

Faça bem a barba
arranque seu bigode
gaúcho também pode
no tem que disfarçar

Faça uma plástica
a entre na ginástica
boneca cibernética
um robocop gay...

http://www.youtube.com/watch?v=m1TJW-rAs_c

1/3/10 23:45

 
Anonymous um maquinista said...

anónimo(ou não,ou não) das 22.07,além de seres ignorante,estupido que nem uma porta,e uma besta quadrada,és céguinho e não tens memória,se soubesses um pouco da história dos caminhos de ferro,dos férroviários em geral e dos maquinistas em Portugal acerca das suas lutas, das suas reivindicações,dos seus sacrificios, não escrevias essas baboseiras.és mesmo um alarve,quer dizer um obtuso,quer dizer um bergesso,e mais se quando nasceste já estivesse em vigor a lei do aborto,qualquer parteira de vão de escada tinha feito esse frete de borla á tua mãezinha.e mais, sim senhor sou um priviligiado(em trabalhar por turnos fodidos) e sim senhor sou rico,sou tão rico que tenho guita para levar a tua mulher a uma taberna manhosa pagar-lhe uma sandes de courato, 2 pénaltis tinto,e a seguir levo-a para...(já imaginas pra onde sendo eu tão rico,meu ranhoso)...

2/3/10 06:48

 
Anonymous Anónimo said...

um maquinista da 06:48 o teu futuro é seres representado por uma guarda da PN se ainda existir a categoria, talvez um auxiliar de manobra. a tua linguagem mostram bem as qualidades dos maquinistas, substituiste o garrafão e o J pelo portátil mas continuas a ser a escória da CP.

2/3/10 14:18

 
Anonymous Anónimo said...

colegas, não liguem a parvos como o do último comentário, nem sequer merece resposta tamanha estupidez (ou será uma doentia inveja?). O que está em causa é que realmente ELES COMEM TUDO E NÃO DEIXAM NADA, esta é a realidade deste triste país e dos parvos como o do último comentário que não lutam por nada e são estupidamente invejosos de quem o faz.

2/3/10 15:11

 
Anonymous Anónimo said...

Somos poucas na CP bem o sei , mas merecemos respeito dos colegas. Não esqueçam os maquinistas que somos nós que protegemos a circulação e levantamos o pau ao maquinista. Tenham respeito, esta desgraça de vida.

Guarda de PN do papel.

2/3/10 19:55

 
Anonymous rufino said...

vocês só são bons nos almoços e jantares.

2/3/10 22:04

 
Anonymous O Maior said...

Pelo menos alguém reconhece que somos bons nalguma coisa.
Pois somos! E já não devia haver dúvidas.

2/3/10 23:14

 
Anonymous josé p. said...

para alguns anónimos que dizem mal dos maquinistas:

aconselha-se :

pastilhas rennie pra azia...

pra dor de cotovelo,a decatlon tem umas cotoveleiras baratuchas que é um espétaculo...

pra dor de cornos,falem com o bastinhas ou com os cavalos dele que resolvem a vossa situação..

3/3/10 02:40

 
Anonymous Presidente da REFER nega pressões da tutela said...

O presidente da REFER (Rede Ferroviária Nacional), Luís Pardal, afirmou, esta quinta-feira, que nunca foi alvo de pressões. Luís Pardal garantiu ainda que contou sempre com o apoio «total» da tutela.

«Eu, de facto, não tive conhecimento de pressões», afirmou Luis Pardal em declarações aos jornalistas.

«Tive sempre toda a cobertura e solidariedade pessoal e tutelar» da então secretária de Estado Ana Paula Vitorino, afirmou. Luís Pardal salienta também que, em relação ao ex-ministro Mário Lino, não teve «qualquer indicação de que houve manobras, ideias ou intenção do que quer que fosse».

O presidente da REFER afirmou que nunca lhe foi colocada a hipótese de não ser reconduzido na presidência da empresa.

O semanário «Sol» revelou, esta sexta-feira, que a ex-secretária de Estado dos Transportes, Ana Paulo Vitorino, «era um obstáculo» para os «negócios nebulosos» que estão a ser investigadosno âmbito do processo Face Oculta. Em causa, um alegado conflito judicial entre a REFER e o grupo O2, de Manuel Godinho, que o ministro Mário Lino terá tentado resolver através da demissão do presidente da REFER, Luís Pardal.

5/3/10 19:02

 

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