Conduzir comboios, é um trabalho que exige concentração, dedicação, profissionalismo. Este tenta ser um espaço de prolongamento lúdico das salas de convívio dos maquinistas, com as brincadeiras, as lutas e os problemas dessa classe "elitista", de grevistas (reformados), e que não tem direito a "pontes", nem férias no Verão. Nada do que aqui se passa existe, de facto, embora muitas vezes seja demasiado próximo da realidade.

sábado, março 04, 2006

Introdução

O texto do Pena Escarlate publicado neste espaço em Outubro do ano passado e outros textos posteriores de outros colegas relativos ao agravamento da nossa situação laboral, fizeram-se reflectir. Há necessidade de aprofundarmos a discussão dos problemas que nos afectam. Devido á especificidade da nossa profissão não é fácil analisá-los colectivamente como se faz numa fábrica ou num escritório. Temos pois de aproveitar todos os espaços e oportunidades de discussão, como é este o caso. Todos temos a responsabilidade de ajudar na discussão dos problemas que dizem respeito a todos nós. Da empresa, dos trabalhadores e dos utentes do caminho-de-ferro. Os interesses são comuns. Ou deveriam ser. Melhores transportes e serviços. Melhores condições de vida e trabalho. Trabalho com direitos. Para todos, acesso aos bens essenciais à vida. À liberdade. Á paz.
Sou apenas um ferroviário com a função de maquinista que pertence á família de trabalhadores portugueses de cujo trabalho não se enriquece, mas é a base da riqueza duma sociedade. Nada me move para além disto. Não sou candidato a nada, nem pretendo vir a ser. Defendo em termos políticos e nomeadamente em termos sindicais, os projectos colectivos. Recuso pois, as figuras providenciais e as soluções individuais em detrimento das de grupo.
Naturalmente que a minha opinião no descodificamento do código de Escarlate poderá ser controversa e discutível. É esse o meu objectivo. Tenho consciência que se abordasse todo o conjunto de situações que nos afectam, seria fastidiosamente longo. Serei pois, o mais sucinto possível.
Uma palavra de reconhecimento e agradecimento ao nosso Virilão, pela coragem, competência e dedicação á nossa causa. Não só pelo blog. Porque é justo pelas posições que tem tomado desde que ingressou na “tribo”.
Por último, uma referência a esse documento fascinante de Dee Brown, “Enterrem meu coração na curva do rio”, a cujo texto, Pena Escarlate igualmente se socorreu nas suas referências sobre o povo índio norte-americano e a sua histórica odisseia de luta pela liberdade, pelos seus direitos e contra o seu extermínio como povo.

1 Comments:

Blogger virilão said...

O primeiro parágrafo é inigualavél,excelente!
Quanto á parte que me toca, agradeço os elogios, que me deixam honrado,mas lembro que este espaço,mais do que para servir vaidades, é um espaço para nos servir a nós (ás tribos, a todas) e que espero que todos aprendam a usar como ferramenta de conquistas e não como ferramenta de mutilação a irmãos de causas.
Esperemos que os comentários, se aparecerem, sejam dentro da qualidade do texto e não meras ofenças vãs, não fundamentadas.
Obrigado a todos

4/3/06 22:25

 

Enviar um comentário

<< Home

Create your own banner at mybannermaker.com!
Make your own banner at MyBannerMaker.com!