Caros Colegas
Embora tendo conhecimento há pouco tempo desta excelente ideia do Viril, congratulo-me com o facto de ela registar uma enorme afluência, sinal inequívoco que a nossa Classe continua viva e activa apesar de tudo o que tem sido feito para a calar e adormecer.
Espero por nós todos que este espaço persista como uma tribuna em que possamos expressar livremente as nossa opiniões e que não seja violentado por ideais tipo Via Ascendente ou pior ainda tipo Lookopinião que (para aqueles que já não se lembram) era um espaço que só servia, com a contribuição de todos nós, para atacar “anonimamente” todos aqueles que não caiam no goto do feitor.
Gostaria por isso e se me é permitido de deixar uma sugestão:
Porque todos são adultos e responsáveis deveriam assumir honesta e frontalmente as suas opiniões, criticas e sugestões e não se acovardarem atrás de nick’s inventados a preceito consoante as conveniências e que até permitem diálogos que são monólogos. Por isso penso que se deveria instituir a regra de não se aceitar (leia-se remover) todos os comentários anónimos que mais não são do que cruzes espetadas na nossa credibilidade; e de cruzes já estamos nós fartos.
Quero também aproveitar esta minha primeira participação para lançar um tema de discussão que neste momento diz respeito a todos os maquinistas independentemente da Unidade de Negócio/Depósito de Tracção aonde prestem serviço que é o dos dias de suspensão atribuídos pela Empresa sempre que um maquinista cometa um erro, por mais pequeno que ele seja.
Com a entrada em vigor da Lei 99/2003 (o conhecido código do trabalho) foram alteradas as regras que dizem respeito às sanções disciplinares.
Actualmente pode-se estar suspenso 90 dias por ano (art. 368 número 3) sem que haja despedimento por justa causa. Isto quer dizer que a Empresa pode, anualmente, suspender cada maquinista até aquele limite.
Ao que temos passivamente assistido é que a Empresa tem-se aproveitado desta cláusula para punir com 2, 4, 6 e 8 dias de suspensão colegas que tenham cometido um erro tão “grave” como falhar uma estação. Não quero com isto minimizar os poucos erros por nós cometidos mas sim realçar o facto de sermos os únicos a quem não existe, por parte dos Recursos Humanos, um mínimo de contemplação sempre que erramos.
Diariamente, aqui nos suburbanos, fazemos cerca de 8 comboios de diferentes famílias. Cada comboio tem em media 10 paragens. Ao final de uma semana de trabalho (6 dias) fizemos 480 paragens. Ao final de um mês (22 dias) são 10560. Ao final de um ano (11 meses) atingimos a bonita soma de 116 160 paragens.
Se falharmos anualmente uma paragem o nosso grau de erro é de 0,0008609.
Na óptica da Empresa é muito grave termos esta percentagem de erro no entanto os pilotos da aviação não têm uma taxa tão baixa e ganham consideravelmente mais.
Por isso das duas uma:
Ou fazemos com que a Empresa reconheça que somos excelentes profissionais que contribuímos de sobremaneira para o bom funcionamento dela ou então passemos a auferir rendimentos equiparados às exigências por ela impostas e neste caso começaríamos a auferir rendimentos na ordem dos 100 mil euros anuais.
Uma palavra final para um assunto que tem sido aqui amplamente discutido que é o das próximas eleições para os Corpos Sociais do SMAQ.
Por muito desejado e necessitado que seja o rejuvenescimento destes Órgãos de modo a que entremos finalmente no Sec. XXI (já vamos com 5 anos de atraso) as eleições só serão em Abril de 2006. Até lá haverá tempo para a apresentação de propostas, discussão de ideias, jogos de bastidores, etc., mas sempre no seio da carreira e não num espaço aberto como este em que qualquer pessoa não pertencente à carreira pode aceder e participar.
Um abraço a todos
José Manuel Sequeira